O discurso do universitário é um discurso do enunciado sem enunciação. Um discurso que priva o enunciador de sua própria subjetividade, priva a língua de sua natureza ambígua, fixa o sentido conforme a subjetividade do autor. A linguagem perderia assim seu sentido retroativo, e a significação deixaria de ser uma função do Outro e passaria, apenas, ao sujeito do enunciado. Tal como detentor do saber, uma imperatividade do S1, no lugar da verdade, que demanda conhecimento. Em suma, o discurso do universitário não quer dizer saber de tudo, mas que tudo é saber.
Com S2 no lugar do agente e S1 no lugar da verdade, uma verdade recalcada ao sujeito barrado. Surge, assim, um saber genérico que pretende, sem o sujeito que o enuncia, um saber por equivalência, por títulos universitários.
No lugar do outro/trabalho, o S2 objetifica o outro, produzindo sujeitos divididos, incompletos pelo próprio saber que buscam. E que nele, no saber, buscam sua completude. Ou seja, um saber que mascara a divisão inerente do sujeito, o sujeito enquanto sujeito dividido, sujeito barrado, o saber cria um véu para elidir a falta. A falta de saber.
Poderíamos nos perguntar se a tamanha demanda por procura psicológica não se insere nessa lógica do discurso universitário, sendo mais um saber ao qual é solicitado uma tecnologia que silencie o sujeito enquanto sujeito dividido, sujeito faltoso, uma tecnologia que elida sua divisão inerente.