A obra “Sociedade do Cansaço”, escrita pelo filósofo coreano Byung-Chul Han, argumenta que a nossa sociedade atual é caracterizada por um excesso de positividade (excesso do outro em nós), produtividade e acúmulo de informação, o que leva a um estado de cansaço constante. Han argumenta que, ao contrário da sociedade disciplinar descrita por Foucault, em que o poder era exercido através da repressão, na sociedade do cansaço o poder é exercido através da produtividade e pelo excesso de liberdade.
Essa dinâmica da sociedade do cansaço pode ser vista como uma pressão constante para que as pessoas sejam cada vez mais produtivas, eficientes e bem-sucedidas, o que pode levar a uma sensação de sobrecarga e esgotamento. Esse cansaço crônico pode levar a uma variedade de sintomas físicos e emocionais, incluindo ansiedade e depressão.
Segundo o artigo de Freud “Luto e melancolia” a depressão muitas vezes pode estar associada ao sentimento de perda, seja esse sentimento real ou imaginário. Nesse sentido, as pessoas podem ser levadas a uma sensação de perda constante. Um fácil exemplo seriam as redes sociais que criam constantemente ilusões de perfeição: corpo perfeito, trabalho perfeito, viagem perfeita… E o que perdemos com isso? A ilusão. Perdemos a ilusão de acreditar que eu posso ser perfeito, de conseguir tudo aquilo que eu queria. Porque disseram que eu conseguiria se me esforçasse. Então, com muita ansiedade, corremos para atingir o alvo, a meta, o sucesso, o corpo perfeito. Mas, chega uma hora que cansamos de correr, a meta está sempre além do conquistado. Cansamos, nos deprimimos. Não aceitamos a perda dessa ilusão. No fim criamos uma armadilha para nós mesmos.
Peguemos um pequeno trecho do livro ” A depressão é a perda de uma ilusão” escrito por J.D. Nasio:
“O neurótico depressivo é um drogadicto da ilusão. Entretanto, para que essa ilusão de um eu hiperidealizado se mantenha, é absolutamente necessário ao neurótico estar unido, fusionalmente unido, a um amado ou uma coisa amada que alimente sua ilusão. Assim é que sem se dar conta, ele faz daquele ou da coisa que depende a fonte nutriente da sua ilusão infantil de ser perfeito… Ele precisa da da ilusão como de uma droga que o excite, mas também precisa sentir bem perto o traficante que lhe fornece a droga. Quem é esse traficante? O traficante é o seu amado. E quem é o seu amado? já vimos. É um objeto de amor divinizado.
Nasio ainda vai além, diz que ” O deprimido é essencialmente um ser altamente narcísico, não por que se ame, mas por estar constantemente ocupado consigo mesmo, voltado sobre si mesmo, para se mortificar e chorar as ilusões perdidas. Eu qualificaria o narcisismo do deprimido, portanto, como narcisismo negativo.
Portanto, podemos dizer que o depressivo tem um amor por si mesmo SUPERIDEALIZADO, é um amor por um eu hiperideal inacessível. E é aí que reside o problema, na hiperidealização de si. A pessoa com depressão, na realidade, não sofre de uma baixa auto estima, mas sim de uma alta auto estima, que o leva a se apegar a essa ilusão de si, mesmo não correspondendo à realidade.
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