Amor é uma das formas que o desejo pode assumir, já que ambos são uma forma de lidar com a falta, com a incompletude inerente à vida humana. Estamos sempre procurando preencher esse vazio. Assim, o objeto amado é visto como um substituto do objeto desejado, que é inacessível. Pois, é uma falta que não existe, existe apenas em nossa fantasia, em nossa cabeça.
O amor nos leva a buscar a fusão com o objeto amado, a tamponar essa falta, essa incompletude. No entanto, essa busca pela fusão nem sempre é bem sucedida.
É nesse ponto que o ódio entra em cena, se amor preenche uma falha, o ódio a escancara. O ódio é visto, na psicanálise, como um sentimento que surge a partir da falha do amor. Quando amamos alguém projetamos nessa pessoa um ideal de perfeição, uma fantasia criada que não corresponde com a realidade. Então quando perdemos esse objeto de amor o ódio advém, monstruosamente, como a revelação de uma falta que não pode ser preenchida, logo o ódio advém da ilusão inerente ao objeto amoroso.
O ódio não é algo que devemos negar ou reprimir. Assim como o amor, o ódio faz parte da nossa condição humana e deve ser levado em conta na terapia psicanalítica. Negar o ódio é negar uma parte importante do nosso desejo, é tentar apagar algo que faz parte da nossa constituição como seres humanos. Por isso, o trabalho do psicanalista é ajudar o paciente a elaborar o ódio de forma saudável, reconhecendo suas origens e lidando com ele de maneira construtiva.
Por isso as frases de Lacan “a verdadeira amor desemboca no ódio” e “Não conhecer de modo algum o ódio é não conhecer de modo algum o amor também.”
Leve suas decepções para sua análise, é lá que descobriremos suas fantasias, e o porquê da necessidade de fantasiar e criar expectativas.
Comece já sua terapia, e vamos juntos dar início a esse processo lindo e prazeroso de descoberta de si, de possibilidade de mudança, de conquista de autonomia… Como já dito anteriormente, seja ela uma psicanálise online ou presencial, comece!