No discurso do analista, tece-se uma relação singular, onde a busca por completude cede espaço à compreensão das fendas internas. Este discurso desnuda a ilusão do mestre e provoca o enfrentamento da indeterminação. Em tempos de superficialidade, é convite à introspecção. Na era da abundância, resgata a arte da falta.
Assim, o analista se torna artesão de um saber enigmático, que não responde, mas questiona. Em um mundo de respostas fáceis, ele encoraja o mergulho no desconhecido. Sob a miríade dos desejos modernos, ele resgata a complexidade do desejo humano, oferecendo um espelho onde a verdade se insinua, nunca se exibe.
Neste turbilhão contemporâneo, o discurso do analista ecoa. Em meio à busca incessante por preenchimento, ele nos lembra que a verdadeira plenitude nasce da aceitação do vazio. Diante da superficialidade da era digital, ele nos convida a explorar as profundezas da psique, onde a verdade se tece nas entrelinhas do ser.
Em psicanalês:
O objeto-a enquanto dominante funciona enquanto uma questão irredutível que coloca o sujeito a trabalho, questionando o mandato simbólico dos significantes mestres que ele elege.
Nesse discurso é o sujeito que é posto no lugar do trabalho, trabalha a partir do que rechaça. Visando assim, produzir um saber singular, da própria subjetividade do sujeito.
O discurso do analista trás o saber no lugar da verdade, trata-se de uma aposta no saber que emerge da enunciação, para além do enunciado, mas que emerge como um dito não todo, semidito. Ademais, esse discurso não pretende uma solução para para a divisão inerente do sujeito, mas a sustentação do sujeito inerente a essa divisão.
como diria Lacan: “Não esperem, portanto, de meu discurso nada mais subversivo do que não pretender solução.”
O discurso do analista é avesso à mestria do significante mestre, do saber ou do suspiro histérico